Texto: Grupo de Estudos do Ensino Religioso.
A Semana de Páscoa é um período de folgas na Escola.
Acontece durante a chamada Semana Santa, que começa no Domingo de Ramos e vai até o Sábado de Aleluia, sendo que o Domingo da Ressurreição, denominado Domingo de Páscoa (que vem do hebraico Pessach = passagem) é o primeiro dia da passagem para o Novo Sol que será a Terra vivificada pelo Eu do Cristo.
No Domingo de Ramos – Jesus entra em Jerusalém, saudado efusivamente pelo povo. A vibração popular é um êxtase que logo passará. É o entusiasmo natural que logo se transfere para outra novidade. Cristo não se contagia. Sabe o que ele próprio representa e a que veio.
Segunda-feira santa- a condenação da figueira, símbolo da antiga forma de se atingir um estado de religação com o mundo espiritual. Cristo quer que o ser humano trilhe o caminho da autoconsciência clara. Depois, chega ao Templo que fervilha de atividades comerciais e expulsa os vendedores. Devolve ao Templo sua condição de lugar sagrado e aos peregrinos que chegam de todas as regiões para as cerimônias de Páscoa devolve a consciência de que estão na casa de Deus.
Terça-feira santa – Enquanto o povo o ouve, adversários o abordam com questões que são verdadeiras armadilhas para fazê-lo cair em contradição. Há uma luta intensa travada em palavras e intenções. Sem temor, pergunta a pergunta ele mostra aos oponentes quem realmente ele é. No final do dia, reunido com apóstolos no Monte das Oliveiras fala-lhes da volta do Cristo no futuro.
Quarta-feira santa – Ao entardecer daquele dia, em Betânia, Jesus se reuniu com seu círculo mais íntimo e Maria Madalena derrama-lhe sobre a cabeça um óleo precioso e provoca uma reação nos presentes, especialmente de Judas, que critica o desperdício. Cristo, porém, faz saber que o ato é recebido por ele como uma extrema unção.
Quinta-feira santa – Reunidos para a Ceia, na sala dos essênios, no Monte Sion, Cristo realiza o ato de amor humilde: o lava-pés, num gesto que é a síntese de todos os seus ensinamentos: “amai-vos uns aos outros” e instituiu a distribuição do pão e vinho que compõe o sacramento que revivifica a cada ato a comunhão com o espiritual.
Sexta-feira santa – Preso, arrastado, flagelado, coroado com espinhos, carrega a cruz nas costas, leva o próprio corpo em direção à morte; une-se à morte para legar aos seres humanos a mensagem de que a morte não extingue a vida. À medida que a Terra se tornou mais densa em sua matéria física e o homem desenvolveu sua autoconsciência, a morte tornou-se o grande medo da humanidade. A Paixão de Cristo resgata a mensagem de que além do umbral da morte física, começa uma nova vida.
Sábado de aleluia – A Terra recebe o corpo e o sangue de Cristo.
O Domingo de Páscoa
No Domingo seguinte festejamos a Ressurreição de Cristo. Nessa manhã de Páscoa as mulheres e os discípulos foram ao sepulcro procurar pelo Mestre. E lá ouviram: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo”? “Aquele que procurais não está mais aqui. Ele ressuscitou”.
Quando lemos, ouvimos, meditamos sobre esses acontecimentos, como adultos, nos damos conta de quanto mistério envolve essa semana e podemos conscientemente, aproximar-nos da compreensão da vida e do sentido da existência.
As crianças ainda não tomam conhecimento desses acontecimentos dessa forma. O conteúdo espiritual da Páscoa poderá ser vivenciado por elas através de imagens. É tempo de preparação do ambiente, limpezas, arrumações. Histórias de transformação, morte sendo superada, a lagarta e a borboleta, o coelho, são bons símbolos para a época.
E criar a expectativa, o esperar, preparar para o domingo geram um grande sentimento de alegria, veneração, gratidão, importantes para a alegria de viver e acumular forças para , depois, dar conta dos obstáculos da vida.
Procura e perguntas envolvem essa festa de força de vida e de esperança.
Então, procurar e achar ovos coloridos resume em sua essência a fórmula: ”Procura e acharás”.
“Nós adultos temos como germe em nossos corações essa vontade latente de procurar algo maior. Quando as crianças procuram, os ovos , os ninhos, na época de Páscoa, essa procura por algo, essa busca, que eles tanto apreciam e participam com entusiasmo, futuramente, poderá se transformar em atitudes morais, religiosas de busca pelo essencial, pelo espiritual”.
Também os brotos delicados que rompem a terra quando plantamos as sementes de feijão, de trigo, painço, e o símbolo mais conhecido, o ovo que contém nova vida e que precisa romper a casca dura para poder viver. Com essas imagens podemos ter uma alusão à ressurreição de Cristo que rompeu o túmulo atrás da rocha.
Alegremo-nos, pois, com a vitória do impulso da vida sobre a morte e que deu uma nova direção ao homem com a Ressurreição do Cristo.
Esperamos que sejam úteis estas reflexões a respeito da época de Páscoa, cujo significado vai muito além dos ovos de chocolate.
Fontes: Jornal da Artemísia e O Colibri, da Escola Anabá.
Desenho: Karyne Maris