Micael, o semblante de Cristo

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Texto por Luis Augusto Comassetto,
pai da Idalina (4º ano) e do Miguel Ângelo (2º ano)

A Antroposofia sustenta-se sobre o solo firme da compreensão, da consciência. O trabalho de Rudolf Steiner, como inaugurador de uma nova relação, mais consciente do ser humano com sua origem espiritual, é o legado para a busca individual e atuação prática da Antroposofia no mundo. Tomar conhecimento da existência de seres que trabalham em auxilio da humanidade, conhecer seus nomes, é o primeiro passo para criar uma relação consciente com eles.

Micael, arcanjo solar e regente de nossa época, sempre acreditou na humanidade, apesar de todos os desvios. É o grande inspirador e auxiliar de cada um que queira aprender a amar com consciência. No ciclo anual, atua no hemisfério sul na época da primavera.

Na idade média, Micael era representado em imagens grandiosas, sempre com uma espada na mão, dirigida em direção ao dragão dominado sob seus pés. O mal deve ser redimido, transformado, não destruído. A espada é uma imagem para o pensamento que precisa ser claro e afiado; e também para a palavra – ação do homem – que necessita ser certeira, verdadeira, sem no entanto ferir. O dragão representa aquilo em nós que ainda não tem controle, que precisa ser humanizado pela ação livre do espírito.

São Micael, como também é conhecido, lida com o ferro da espada, que não é o ferro mineral, mas o ferro meteórico, que anualmente em agosto e setembro cai na Terra em forma de meteoritos, ou estrelas cadentes. Esse mesmo ferro em nosso sangue garante força de atuação e coragem. Depois do advento de Cristo, esse atuar é livre e individual e Micael respeita, como ser solar, a arbitrariedade humana.

Micael também é o administrador da inteligência macrocósmica e sabe que é chegado o tempo em que essa inteligência se transfere para a humanidade. Isso quer dizer que cada vez mais e com maior frequência, o que antes eram mistérios, desígnios divinos, se revelam em seu conteúdo verdadeiro para a humanidade.

A criança tem um grande interesse pela vida e leva tudo a sério, muito mais do que percebemos. Ela é capaz de apreciar a figura heróica desse Arcanjo e entender que sua própria luta pessoal faz parte do grande conflito mundial do bem contra o mal. Deixe a criança conhecer São Micael e ela ficará ansiosa por se tornar um de seus ajudantes. É claro que para elas tudo se torna brincadeira e nós pudemos observar na escola como isso se expressa de forma significativa e espontânea quando as crianças “forjam” suas espadas num exercício de vontade e fortalecimento interior.

Nas escolas Waldorf se festeja Micael com o intuito de cultivar com as crianças a força para o posicionamento na vida diante de dificuldades. Através de histórias de príncipes que lutam contra dragões, de crianças corajosas, de homens altruístas, a alma da criança poderá ganhar confiança e ao mesmo tempo perceber que é preciso agir com confiança para que o bem prevaleça.

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