Texto por Luciana Cabral

A apresentação de fim de ano no último sábado, dia 26 de novembro, mais uma vez reuniu pais e professores em volta das sementes mais preciosas das nossas vidas. As crianças mostraram que está brotando do interior das suas almas a vontade de querer fazer e que a arte, principalmente através da música, está irrigando o aprendizado.

A escola teve a oportunidade de ver e mostrar que está em um momento de integração e criatividade, com pais participativos e professores empenhados em dar o melhor de si. Essa educação pelo amor ao trabalho é o diferencial da nossa escola e deve sempre ser cultivado.

Vimos despertar nas nossas crianças as forças que, como dizia Rudolf Steiner, as tornam fortes para a vida. Esse florescer está na imitação dos alunos do primeiro ano tocando flauta e os do segundo ano recitando tabuada.

O terceiro ano, caminhando para a necessidade do cultivo de uma autoridade digna, trabalhou durante esse ano o semear e colher o trigo para fazer o pão. E na toada “Sabão? Um pedacinho assim…”, foi cantada a valorização e a dificuldade do trabalho que tanto cativou o público.

Os alunos do quarto ano trouxeram a cultura indígena. A orquestra da escola, com flautas e violino, tocou “Carinhoso”, de Pixinguinha. E o professor de alemão mobilizou os alunos do primeiro ao quinto ano com uma canção sobre uma coco perdido, afeto e determinação. A vida espiritual dos gregos foi lembrada pelos alunos do quinto ano, que perderam seus sapatos em inglês e acharam o ritmo através do vôo do sabiá.

No dia em que morreu Fidel Castro, a turma do sexto ano apresentou a cubana “Guantanamera” em homenagem aos seus estudos sobre a América Latina. O sétimo ano, resgatou com maculelê nossas origens e lembrou que é no ritmo que conseguimos manter o equilíbrio do grupo e da sociedade. O oitavo ano promoveu um arrasta-pé, mostrando que é na atenção ao outro que a dança da vida se realiza. E os adolescentes do nono ano, que estão se despedindo da escola, falaram da necessidade de ser uma “metamorfose ambulante” e de que há “uma promessa de vida” no coração de cada um deles.
A educação precisa ser conduzida de modo cada vez mais consciente. Aquilo que deve ser plantado nas crianças dessa idade deve constituir a base para o que os adultos possam vivenciar a igualdade de direitos e a fraternidade no organismo social.