O jovem quer ser despertado e ver o mundo desperto

Texto por Monica Lopes Stange

Desde maio, os alunos do 7º ano estão vivenciando uma experiência enriquecedora: o estágio social com os funcionários da escola. A iniciativa, inédita na Turmalina, tem o objetivo de proporcionar a aproximação dos alunos com o trabalho social, fazendo com que eles observem, através da prática, a diversidade das necessidades que vivem na humanidade. “O impulso deste projeto foi estimular a integração dos alunos com os funcionários da escola, mostrando o valor do trabalho de cada um para que o organismo escolar se mantenha a cada dia.”, explica a Professora Letícia, responsável pela iniciativa, junto com o Núcleo de Ação Social da Turmalina. Segundo a Professora, pretende-se que os alunos vivenciem o dia-a-dia dos funcionários que zelam e administram a escola, bem como as tarefas necessárias para o bom funcionamento da instituição e aprendam a valorizar o trabalho realizado de cada um, bem como se aproximem de uma realidade que, em grande maioria, não têm muito contato.

Podemos considerar que “social” refere-se a toda e qualquer relação com o outro e, assim, através do despertar da empatia, almeja-se que os jovens tornem-se capazes de construírem um futuro social onde haja entendimento e respeito por todos, sendo capazes de ajudarem-se mutuamente. A Professora Letícia pôde perceber, por exemplo, que muitos alunos conseguiram entender que determinadas atitudes de organização são importantes para colaborar com o trabalho das pessoas que fazem a manutenção da escola “Eles hoje entendem a importância de colocar as cadeiras sobre as carteiras ao final da aula, contribuindo para que a sala esteja em melhores condições para que a equipe de limpeza possa trabalhar durante a tarde.”

Outra consequência positiva do estágio é o aprendizado sobre o trabalho em si, que desperta sentidos de responsabilidade, ordem e cuidado com o entorno. “É preciso muita atenção e paciência para fazer este trabalho.”, observa Naína, aluna que estava estagiando com a Anna Flávia na recepção da escola. “O trabalho do Cristiano não é fácil, mas é gostoso ficar ao ar livre”, comenta a aluna Pietra, que estava trabalhando no plantio de um canteiro.

Finalmente, a experiência está despertando nos jovens a valorização do trabalho de funcionamento e conservação da escola, refletindo assim, no cuidado com o espaço, conforme observa o Cristiano, inspetor que tem recebido os alunos para o estágio “Conhecendo de perto o nosso trabalho, eles percebem que não é fácil e acabam cuidando mais de tudo.” Anna Flávia, da recepção, complementa “Os alunos aprendem que todo serviço é importante e que, se cada um não fizer a sua parte, a escola não funciona.”

Ao final dos estágios, cada aluno deverá apresentar um relatório oral, no qual descreverá o andamento da vivência. Deverá então apontar os fatos que mais lhe chamaram atenção no trabalho e os desafios deste trabalho. Além disso, será feita uma roda de conversa conjunta de funcionários e alunos onde os funcionários poderão também relatar as suas impressões, investindo, ainda mais, na construção da empatia e estreitando as relações.

“ … Trata-se de, realmente, educarmos nossas crianças de maneira que elas, por sua vez, aprendam a atentar para o mundo em redor, para seus semelhantes. É este, aliás, o fundamento de toda vida social.” Rudolf Steiner